“O passado está aqui e nos influencia, é um erro não enxergar isso” – entrevista com Rutu Modan sobre “Tunnels”

O lançamento de um novo quadrinho de Rutu Modan é sempre um evento. A israelense demora anos para criar suas obras, mas sempre entrega trabalhos cujo impacto no leitor também dura muito tempo. Sua sensibilidade a faz transitar por gêneros diversos, como comédia, drama e suspense, em um mesmo livro. Isso faz seu trabalho ser meio inclassificável, pois foge das características tradicionais da ficção: não existe jornada do herói, mocinho, vilão. Suas personagens, com várias facetas reveladas ao longo das tramas, não se limitam a ser modelos narrativos.

E a mais recente empreitada da quadrinista é Tunnels, lançada ano passado na América do Norte pela editora Drawn & Quarterly. Quase uma aventura de matinê estilo Tintim, com humor, confusão, pessoas que vestem a mesma roupa do início ao fim da história e uma caça ao tesouro – no caso, a Arca da Aliança, mítico baú no qual teriam sido guardadas as tábuas com os dez mandamentos de Deus e que daria poder ilimitado ao seu portador. Sendo um gibi de Rutu, tem também uma profunda análise político-social do conflito Israel-Palestina, mas nas entrelinhas. Pra falar do assunto, assim como faz em todos os seus livros, ela prefere olhar para coisas aparentemente sem ligação com esse tema – coisas que, na verdade, desnudam-no ainda mais do que se fosse abordado de forma direta.

Então, Tunnels começa como uma comédia de ritmo perfeto, cheia de gags hilárias, e vai ganhando um peso sombrio conforme os envolvidos na busca pela Arca (incluindo arqueológos de olho na fama, colecionadores de arte que compram peças ilegalmente, adolescentes membros do Estado Islâmico) revelam suas agendas pessoais. Como bem disse a crítica sobre a HQ no The Comics Journal, cada personagem só consegue olhar pra frente, como se estivesse num túnel, sem capacidade de entender o que se passa ao redor. Interessante metáfora com o nome da obra. E a grande lição da artista é mostrar como o panorama da sociedade na região é muito mais complexo que os clichês com os quais nos acostumamos a ver pela televisão.

Com o objetivo de compreender melhor as ideias debatidas no gibi, conversei com Rutu por chamada de vídeo no começo de fevereiro. Vestindo um moletom do Ozzy Osbourne (nem dá pra medir o quão descolado isso é), ela discorreu sobre seu processo criativo, como transforma pequenos fatos do cotidiano em complexos enredos e a importância de entender o passado para buscar alguma solução à situação do Oriente Médio. Confira o bate-papo a seguir.

Capa da edição norte-americana de Tunnels, publicada pela Drawn & Quarterly

Rutu, seu último livro, A Propriedade, é de 2013. Portanto, temos um intervalo de quase uma década até o lançamento de Tunnels. Você se preocupa por levar bastante tempo pra fazer uma obra ou é algo com o qual você se acostumou? Até pelo fato de seu processo ser mais complexo que o normal, com o uso de atores para marcar as cenas antes de desenhar...

Na verdade, o processo de desenhar não leva muito tempo. O que leva tempo é a pesquisa e a escrita. Desenhar dura aproximadamente um ano, um ano e meio. Em A Propriedade, desenhei por um ano, mas foi quase como se fossem dois, porque eu trabalhava umas dezesseis horas por dia, juro. Não sei como consegui. Eu tenho dois filhos, e o menino ainda estava no ensino fundamental. Então, eu fazia um turno das 9h às 16h, ele chegava em casa, e eu ia de novo das 21h às 4h. E isso ao longo de um ano (risos).

Em Tunnels, estava um pouco mais relaxada. Agora, dirigir os atores é coisa de apenas um mês. Então, o que demora mais é a escrita, encontrar a ideia, fazer a pesquisa. Esse é o tipo de livro que eu sei fazer. Não fico feliz em demorar tanto tempo pra entregar um novo, adoraria fazer um quadrinho a cada dois anos, só que isso não funciona pra mim.

Eu gostaria de entender melhor essa questão da escrita. Pra mim, Tunnels fala sobre terra, propriedade – provavelmente o assunto mais importante no Oriente Médio. Em algumas outras entrevistas a respeito do gibi, você disse que a inspiração para o enredo foi um conhecido seu de anos atrás que realmente estava procurando, junto do pai, pela Arca da Aliança. Então, como é o processo de começar um novo projeto a partir de uma pequena história ou fato com o qual você teve contato, e depois transformar isso num conto complexo sobre política, identidade e religião?

Primeiro, eu preciso sentir que a ideia é forte e interessante o bastante pra mim. No exemplo de Tunnels, eu conhecia esse cara há muitos anos, nunca tinha pensado nele. Eu estava procurando por uma história, e algo me fez lembrar dessa pessoa. Na época em que o conheci, estávamos estudando arte juntos, tínhamos vinte e poucos anos. Essa história da Arca era meio como um causo engraçado que alguém conta sobre a própria família. Quando me lembrei disso algum tempo atrás, de repente me pareceu algo diferente, quase uma história de aventura, de caça ao tesouro. E eu pensei “ok, pode ser algo pra ser desenvolvido”, pois eu preciso sentir que a estrutura do tema possa segurar um enredo completo. Então, tinha a caça ao tesouro, e também algo voltado para o relacionamento entre pai e filho.

Pra mim, o tema principal é como um velcro que liga grandes questões à trama. Em A Propriedade, tem o Holocausto, minhas raízes familiares na Europa, a relação entre judeus e poloneses… Aqui, o interessante era que a família desse colega não era religiosa e ainda assim eles acreditavam na Arca. O pai do cara conheceu um rabino que supostamente tinha encontrado uma mensagem cifrada na bíblia. E eles viveram essa aventura doida por alguns anos, cavaram em uma montanha, um trabalho duro – e ilegal. E eu me perguntava por que fizeram isso. Então, comecei a pensar sobre a relação entre sionismo, histórias místicas, lendas que se passam por fatos… Eram as coisas que eu queria entender. A conexão de um passado longínquo com aquilo acontecendo agora. E aí, percebi que arqueologia, especificamente em Israel, é conectada com política, crime, dinheiro. Isso tudo que tô falando são exemplos do que faço pra ver se vale a pena entrar num processo de criação.

Paralelamente, começo a pensar na história, pois um fato apenas não é o bastante. Não faria um documentário, e também o que aconteceu à família do cara não seria necessariamente o que gostaria de contar. Então, faço ligações com coisas que talvez pertençam ao meu mundo. Por exemplo, a relação do meu pai com o chefe do hospital onde ele trabalhava tem semelhança com a relação do pai da protagonista Nili e o chefe do departamento de arqueologia da universidade na HQ. Meu pai e esse chefe eram amigos quando começaram juntos, mas, no minuto em que meu pai se aposentou, esse cara roubou todas as pesquisas dele. Eram 35, 40 anos de pesquisa. E isso devastou meu pai, e por coincidência ou não ele faleceu um ano e meio depois do ocorrido. Isso aconteceu há uns vinte anos, mas pra mim foi um grande trauma – e eu passei a odiar essa pessoa (risos). Então, queria fazer algo com isso, uma relação de dois amigos que passaram a se odiar por dinheiro e fama. É algo passo a passo, coisas que aparecem e eu tento colocar na história.

E rapidamente ficou claro pra mim que a história se passaria na Cisjordânia, porque, conforme pesquisei, o antigo reino de Israel ficava lá, não aqui na região de Tel-Aviv ou nas praias. Sendo na Cisjordânia, entravam na questão os palestinos, o exército… Esse é um processo que parece simples, porém envolve ficar muito tempo deitada no sofá, olhando pro teto, pensando e tentando escrever algo. Aí, você joga no lixo, começa de novo. Muitas coisas vêm dessa pesquisa. Eu saí pra falar com arqueólogos, colecionadores de artefatos, familiares desses profissionais, pessoas que poderiam se conectar com a trama. Cheguei até a fazer um curso online de arqueologia…

Portanto, escrever um livro é tentar entender algo. Eu não procuro pelas coisas óbvias, procuro por coisas que não são contadas. E também por coisas engraçadas. E “engraçado” não significa “leve”, pode ser algo pesado, mas contendo ironia.

E você mostra o roteiro pra alguém enquanto o escreve, pra ajudar a definir alguma passagem da história?

Tenho um grande amigo com quem trabalho em parceria há uns trinta anos. Nós fizemos juntos o primeiro curso de quadrinhos ministrado em Israel. Ele teve uma pequena editora de HQs, é escritor e sempre mostro pra ele o que faço. Já nas fases finais do processo, eu conto com um editor. Em Tunnels, cerca de um ano e meio depois de eu ter começado a escrever, joguei tudo o que tinha feito fora. Não estava indo pra lugar nenhum com aquilo. E aí, peguei um amigo editor profissional pra me ajudar – até coloquei o nome dele no livro [Noah Stollman]. Trabalhamos por dois meses até finalizar o roteiro.

Eu tento não mostrar pra muitas pessoas porque é tudo muito confuso. E no começo é tão ruim que não quero mesmo mostrar pra ninguém (risos).

Voltando pra questão da relação entre pai e filhos, a paternidade é outro tema recorrente de seus quadrinhos, estando presente no centro de Exit Wounds. Nessa HQ e em Tunnels, a figura paterna está ausente no sentido físico, porém continua exercendo uma grande influência sobre os filhos adultos. Quanto do relacionamento pessoal com seu pai você colocou nesses trabalhos?

A Propriedade também tem um pai ausente. Um pai que morreu, e ainda é uma figura central na história. Mas, sim, eu admito… O pai de Exit Wounds é mais ou menos o meu pai. Não éramos estranhos um ao outro, éramos próximos na medida do possível para alguém da minha geração. Mas ele era basicamente o personagem do livro: um mulherengo, imprevisível, prometia coisas e então desaparecia. Acho que foi um bom pai, nunca nos deixou, era bastante protetor. Minha mãe morreu há muitos anos, e foi depois disso que ele se focou no trabalho e em mulheres. Em comida também, viajar, essas coisas. Depois de ele morrer, com quase setenta anos, teve um funeral e algumas mulheres vieram para vê-lo. Então, foi um modelo para a obra.

Ao mesmo tempo, era um cientista dedicado. Minha mãe também era cientista, com uma obsessão pelo trabalho, e eu e minhas irmãs crescemos nessa atmosfera, com essa paixão por trabalhar. Na verdade, eu adoro meus pais – e isso é parte dos meus problemas (risos). A família em Tunnels e nos outros quadrinhos tem uma grande conexão que está perdida. Meus pais morreram antes de eu fazer Exit Wounds. Então, era também sobre pais ausentes. Posso dizer que é algo pensado.

Eu gostaria que você comentasse um pouco sobre seus desenhos em Tunnels. Acho que estão muito parecidos com os do início de sua carreira, como os encontrados em algumas histórias da coletânea Jamilti & Other Stories. Principalmente nas expressões exageradas, as linhas mais soltas… Você concorda? É algo consciente pra se parecer com um desenho animado ou um quadrinho do estilo linha clara?

Foi consciente no sentido de a história ser mais “bagunçada”, como uma farsa. É mais engraçada, faço piada com todos os envolvidos. O jeito do meu desenho é o tom da história. E foi consciente também num sentido em que eu queria ser mais livre neste livro. Exit Wounds é estruturado como um filme. Tem exposição e aí algo acontece, é uma estrutura mais rígida. Já em A Propriedade, fiz os personagens falarem mais.

E em Tunnels, eu estava mais segura para fazer o que quisesse. Coisas que talvez não fossem as mais corretas na escrita de um roteiro. Como, por exemplo, incluir fatos que eu lia a respeito, que representam essa mistura de religião e mito, e uma certa falta de um pensamento racional na vida cotidiana existente em Israel. Essa atmosfera com a qual você se acostuma quando vive aqui, mas que na verdade é algo realmente louco quando vista de fora. E eu queria colocar isso no gibi. E por ser mais livre nessa questão, também ficou mais livre o estilo do desenho. Achei que poderia desenhar de um jeito mais rápido, engraçado.

E Tunnels realmente é engraçado. O primeiro capítulo é uma comédia de absurdos irretocável no humor. Como você sabe se uma piada é realmente engraçada? Testa a eficiência delas? 

Se eu achar que é engraçado, então vale. Eu posso perguntar para o meu amigo, e em alguns momentos ele fala “isso não é legal, isso não funciona”. Mas geralmente tenho de confiar em meu instinto quando escrevo. Fica a pergunta: “os leitores comprariam essa ideia?”. Se as pessoas gostam de algo, não ligam se é realista o bastante. Então, em todo o livro estou esticando a realidade até um limite.

Já que mencionou o termo “realidade”, vamos entrar na parte mais séria de Tunnels. Em alguma entrevista antiga, você comentou que muitos leitores exigem uma posição forte de sua parte em relação ao conflito entre Israel e Palestina. Como artista israelense, é possível evitar esse tema em suas obras?

É possível, porque muitos de meus quadrinhos não são políticos ou envolvem esse tema. E claro que em Israel é diferente, pois você sente a questão na sua vida cotidiana. Mas eu confesso: penso mais em como desenhar ou no que comer do que no conflito (risos). É algo difícil de evitar, mas também é difícil de transformar em arte. Como cidadã, leio as notícias, tenho meus ideais. E como artista, é mais difícil de entender como colocar isso no seu trabalho de forma a realmente expressar seu ponto de vista.

Minhas opiniões sobre como resolver o conflito não são mais importantes ou brilhantes do que as de qualquer outra pessoa. Talvez eu esteja errada e tudo o que penso a respeito não faça sentido. Pra mim, é interessante mostrar como enxergo a vida aqui. A melhor parte disso é não resolver as coisas, porém mostrar a complexidade delas.

Você encontrou um lugar na história para apresentar o Estado Islâmico como mais um elemento no jogo político/ideológico da região. Como você percebe a presença do Isis em Israel? Quão fortes eles são hoje em dia?

Esse é o problema de demorar tanto pra fazer uma obra. Quando eu comecei, o Isis era algo muito forte. Mas quando estava desenhando, tive de mudar um pouco o texto, pois já não tinham mais essa força poderosa ameaçando todo o mundo. E eu pensei “isso é ruim pra história! Eles precisam ter sucesso até o livro sair, senão terei de mudar tudo” (risos).

Na verdade, eles representam algo que sempre esteve aqui – e não apenas aqui, no mundo todo: pessoas que escolhem o terror para resolver problemas. Você comentou que o tema da HQ é a terra e também acho que é sobre religião. Ideologias que se consideram mais importantes que a vida humana sempre existiram ao longo da história. É uma situação complexa desde o início. Não são apenas pessoas más contra pessoas boas. E entender o que acontece hoje não nos dá um retrato completo para uma solução. Isso é o que tento mostrar no livro. Primeiro, humanizando todo mundo: os colonos, os palestinos, até os jovens do Isis – que são estúpidos, mas fofos. Adolescentes que não têm nada pra fazer, com uma vida miserável, e que saem pro que pensam ser uma aventura.

E também escolho mostrar o que aconteceu quatro mil anos atrás. Histórias inventadas – ou que aconteceram de verdade, dependendo pra quem você pergunta – muito tempo atrás seguem influenciando nossa situação atual. Aqui, agora, hoje. Talvez devamos aceitar que o processo para uma solução de todos esses conflitos será mais lento do que esperamos. 

Escolher arqueologia como tema, com pessoas escavando o passado, e usando esse passado para razões políticas, para seus próprios interesses, faz todo o sentido. Assim como em A Propriedade, o passado está aqui e nos influencia, é um erro não enxergar isso. Nesse sentido, acho que meu proximo livro será sobre dinossauros (risos).

Um amigo meu teve uma leitura muito interessante a respeito do professor Sarid, talvez o personagem mais próximo de ser um vilão “clássico”. Para esse amigo, o professor representa exatamente parte desse passado, algo como o “antigo estado de Israel”, uma entidade conservadora que evita qualquer consenso com o outro. Você concorda?

Sim. Em primeiro lugar, ele representa os homens que eu odeio (risos). Ele é como o sionismo, mas um sionismo bem egoísta. Só que Nili também representa certo egoísmo. Representa o povo que construiu este país, pessoas bem entusiasmadas, que vieram da Europa e fizeram um estado para os judeus. Pessoas talentosas e com iniciativa que, ao mesmo tempo, não fizeram nada fora de seu túnel de visão. Nili é um exemplo disso: reuniu várias pessoas para ajudá-la a buscar a Arca, algumas religiosas, outras de várias partes do país, todas com o mesmo interesse, porém simplesmente ignorou os palestinos, ignorou que eles também estão aqui. E ninguém se deu conta disso… Eu já ouvi pessoas falarem “por que os palestinos não entendem? Nós precisamos de um país e eles têm um monte de lugar pra ir”. Então, todas essas contradições de interesses estão sendo esfregadas na nossa cara atualmente.

E Nili é uma pessoa muito forte, ela não vê problema nessas questões. Acho que ela é uma mulher bem impressionante, só que cega, e essa cegueira quase a leva ao desastre.

Quando começou a HQ, você já sabia o que fazer com a Arca no final da história?

Na minha opinião, a Arca não existe, nunca existiu e claro que não tem poder algum. Mas eu precisava decidir como o final do livro seria. Acho que não tinha outra opção, precisava mostrar a Arca. E comecei o livro durante uma guerra em Gaza, não me lembro exatamente qual, e eu estava muito brava na época. Disse: “Este livro será uma tragédia, vou fazê-lo assim porque essa situação é trágica”. Mas não é dessa forma que eu escrevo, penso, sinto. Não sou uma pessoa pessimista. Então, eu precisava fazer o que a história pedia.

O fim não é exatamente um final feliz. Se existe uma pequena chance de a Arca ter algum poder, então quem ficar com ela poderia conquistar o mundo. E, de novo, não é sobre israelenses, palestinos, Isis ou algum outro grupo. É sobre a violência, o medo, a opressão religiosa. Não estou culpando a religião, mas sabemos o quão problemática ela é.

Para finalizar nossa conversa, como é a cena de quadrinhos em Israel?

Não é muito forte. Está melhor do que já foi, o número de leitores é maior do que quando comecei, mas o mercado é tão pequeno… HQs não são muito populares por aqui. Então, é difícil pra um artista decidir fazer um livro longo. Sempre fui sortuda, comecei a distribuir meu trabalho em inglês, fora de Israel. E eu tive até um pedido pra fazer um livro, o Exit Wounds, que saiu primeiro nos EUA e em outros países antes de ser publicado aqui.

Você encontra muitos artistas atuando em Israel, só que fazendo HQs pequenas, de forma independente. Até porque não existem muitas editoras especializadas. A maioria dos gibis publicados são traduções de obras estrangeiras, mas até isso é algo bastante recente.

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