Sem Jack Kirby, não existiria Ed Piskor.
Sem Aline Kominsky, não existiria Lovelove6.
Sem Trina Robbins, não existiriam os irmãos Jaime, Gilbert e Mario Hernandez.
Sem Goseki Kojima, não existiria Frank Miller.
Sem Carls Barks, não existiria Diego Gerlach.
Sem Alison Bechdel, não existiriam as primas Mariko e Jillian Tamaki.
Sem Hilda Terry, não existiria Kate Beaton.
Sem Flavio Colin, não existiria André Diniz.
Sem Art Spiegelman, não existiria Emil Ferris.
A brincadeira pode seguir para sempre: nos quadrinhos, não existe passado nem presente. É tudo uma só linha evolutiva, com referências e influências que vêm e vão.
No primeiro texto deste blog, em 2015, eu comento um pouco sobre a linguagem das HQs ao longo dos tempos: “A partir da década de 1990 (…) a arquitetura e o design gráfico são cada vez mais encontrados nas páginas de obras contemporâneas.” Aí, cito o americano Chris Ware (“ajudou a revolucionar a mídia ao fazer uso de plantas baixas e diagramas, fugindo do recorte comum das páginas com os tradicionais quadros retangulares”) e o espanhol David Aja como exemplos dessa antropofagia criativa, misturando disciplinas diferentes vindas da arte, ciência e outros campos do saber.

Building Stories, de Ware

Hawkeye #11, desenhada por Aja
Anos se passaram e estava eu folheando The Golden Age of DC Comics, volume da editora Taschen que conta a história da dona do Superman no período de 1935 a 1956, quando encontro isso:
The Spirit, personagem de Will Eisner. A data dessa página? 19 de janeiro de 1947. Quase cinco décadas antes da tal revolução conduzida por Ware.
Por isso, vale reforçar: nos quadrinhos, não existe passado nem presente. É tudo uma só linha evolutiva, com referências e influências que vêm e vão.
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